- EAN13
- 9791036516290
- Éditeur
- Etnográfica Press
- Date de publication
- 15/05/2019
- Collection
- Portugal de Perto
- Langue
- portugais
O sangue e a rua
Elementos para uma antropologia da violência em Portugal (1926-1946)
João Fatela
Etnográfica Press
Portugal de Perto
Livre numérique
-
Aide EAN13 : 9791036516290
- Fichier PDF, libre d'utilisation
- Fichier EPUB, libre d'utilisation
- Fichier Mobipocket, libre d'utilisation
- Lecture en ligne, lecture en ligne
8.99
A criminalidade de um país (e, menos ainda, a sua violência) não pode
confundir-se com a imagem que dela apresenta a estatística judiciária. Seja
qual for o campo em que pretenda incidir, a estatística é um trabalho de
«construção», a que seria absurdo atribuir «o poder de dizer a realidade».
Assim, ao debruçarmo-nos sobre a estatística judiciária, não é inútil
interrogarmo-nos sobre o que ela encobre ou exclui: Quem escapa à polícia?
Quem, uma vez preso, escapa à justiça? Quem, uma vez julgado, escapa à prisão,
etc.? Num contexto histórico em que a estatística era chamada a estabelecer o
«estado moral» da sociedade3, já o autor do nosso primeiro grande estudo de
estatística criminal precisava não poderem as estatísticas «servir para só por
elas se aquilatar o grau de moralidade de um povo», que mais não fora por
causa de todos os que a elas escapam - «uns porque o acto que praticam não é
juridicamente considerado como crime e outros porque de várias formas se
eximem à expiação da pena imposta pela lei»
confundir-se com a imagem que dela apresenta a estatística judiciária. Seja
qual for o campo em que pretenda incidir, a estatística é um trabalho de
«construção», a que seria absurdo atribuir «o poder de dizer a realidade».
Assim, ao debruçarmo-nos sobre a estatística judiciária, não é inútil
interrogarmo-nos sobre o que ela encobre ou exclui: Quem escapa à polícia?
Quem, uma vez preso, escapa à justiça? Quem, uma vez julgado, escapa à prisão,
etc.? Num contexto histórico em que a estatística era chamada a estabelecer o
«estado moral» da sociedade3, já o autor do nosso primeiro grande estudo de
estatística criminal precisava não poderem as estatísticas «servir para só por
elas se aquilatar o grau de moralidade de um povo», que mais não fora por
causa de todos os que a elas escapam - «uns porque o acto que praticam não é
juridicamente considerado como crime e outros porque de várias formas se
eximem à expiação da pena imposta pela lei»
S'identifier pour envoyer des commentaires.